Johannes Vermeer, o poeta da Luz | M7

 A Leiteira, Johannes Vermeer, Holanda, 1658.                                   

Natural da cidade holandesa de Delft, Vermeer (1632-1675) contribuiu para a designada “idade de ouro” da pintura holandesa. Aparentemente simples, a maior parte do seu trabalho consiste em típicos interiores de casa holandesas, com figuras isoladas ocupadas em tarefas quotidianas.
Porém, o olhar cálido com que Vermeer as interpreta na tela, transforma-os em instantes  de ordem quase metafísica.
A tranquilidades e o equilíbrio peculiares de que os seus quadros são dotados, devem-se, sobretudo, às qualidades plásticas da luz, uma luz simultaneamente natural e misteriosa que inunda o espaço de uma serenidade absorvente.
Mais do que o irrepreensível realismo com que “recorta” as figuras no espaço, é essa luz suave, quente e doce que confere um carácter de intimismo aos seus quadros, evocando um bem-estar contagiante.
Fazendo lembrar, por vezes, o seu antepassado Jan van Eyck, A pintura de Vermeer traduz uma meditação sobre o mundo e as coisas, transporta para a tela através de uma visão poética da luz e das cores.

 A bordadeira, Johannes Vermeer, Museu do Louvre, França, 1669-1670.