Enri Matisse. O Retrato da risca verde, 1905, óleo sobre tele, 40,5x32,5 cm |
Em 1904-1905, “Luxo, calma e volúpia” ainda revelava a influência dos pós-impressionistas, mas já demonstrava grande simplificação da cor, do traço e dos volumes. Em 1908, a euforia decorativa de “O aparador, harmonia vermelha” atestava que Matisse já tinha estilo próprio. Dos pintores Fauvistas, que exploraram o sensualismo das cores fortes, Matisse foi o único a evoluir para o equilíbrio entre a cor e o traço em composições planas, sem profundidade. Ao explorar ora o ritmo das curvas, como em “A música” (1909) e “A dança” (1933), ora o contraste entre linhas e chapadas, como em “Grande natureza morta com beringelas” (1911-1912), Matisse procurou uma composição livre, sem outra ligação que não o senso de harmonia plástica. A sua cor não se dissolvia em matrizes, mas era delimitada pelo traço.
Já liberto do Fauvismo, o pintor mostrou, às vezes, tendência em reduzir as linhas à essência, como em “A lição de piano” (1916), mas não se interessou pela pura abstracção. O amor pela exuberância decorativa aparece em “Blusa romena” e na série “Odaliscas”, de 1918. Na sua fase final, Matisse voltou-se para a esquematização das figuras, de que são exemplo a decoração mural “A dança”, para a Barnes Foundation, em Merion, nos Estados Unidos, e os papiers collés ou gouaches découpées (técnica que chamou de “desenho com tesoura”) que ilustram Jazz (1947), livro com as suas impressões sobre a arte e a vida. Matisse foi também escritor e ilustrador. Em 1944, como desenhista, ilustrou Fleurs du Mal (Flores do Mal), de Baudelaire, e, como litógrafo, as Lettres Portugaises (Cartas Portuguesas) em 1946, atribuídas a soror Mariana Alcoforado, e Les Amours, de Pierre Ronsand.
Entre 1948 e 1951 dedicou-se à concepção arquitectónica e à decoração interior da capela do Rosário em Saint-Paul, perto de Vence, no sul de França. O autor considerava essa a sua melhor obra, e nela concebeu todos os seus detalhes, dos vitrais ao mobiliário, voltado para uma concepção mais ascética das formas, embora nos arabescos florais predomine uma linha sinuosa. Matisse, como outros artistas do movimento, rejeitava a luminosidade impressionista, e usava a cor como factor principal da pintura, levando-a as últimas consequências. Argan dizia que a arte de Matisse era feita para decorar a vida dos homens. Foi considerado o artista do século em que viveu. Nas suas pinturas gostava de motivos repetitivos, usava formas curvas.
Henry Matisse morreu em Nice, França, a 3 de Novembro de 1954.
Matisse e o Fauvismo
O Fauvismo (feras selvagens) foi um movimento de curta duração, na passagem do Século XIX para o Século XX e teve como líder incontestável Henry Matisse, contando também com a participação de outros grandes artistas, entre eles, André Derain, Maurice de Vlaminck, Raoul Dufy, Georges Braque, Henri Manguin, Albert Marquet, Jean Puy, Emile Othon Friesz. Partindo do colorido vibrante e agressivo de Van Gogh e Gauguin (pós impressionistas), os fauvistas rejeitaram não só o império da forma, ditado pela academia, como também o conceito de luminosidade dos impressionistas, passando a usar a cor como factor primordial da pintura e levando-a às últimas consequência, resultando daí quadros tão bonitos quanto artificiais. O fauvismo foi perdendo a sua força há medida que os seus precursores amadureceram e evoluíram para outros estilos, entre os muitos que proliferaram na primeira metade do Século XX. Na Europa, Matisse tornou-se o símbolo máximo do fauvismo.
Matisse e o Fauvismo
O Fauvismo (feras selvagens) foi um movimento de curta duração, na passagem do Século XIX para o Século XX e teve como líder incontestável Henry Matisse, contando também com a participação de outros grandes artistas, entre eles, André Derain, Maurice de Vlaminck, Raoul Dufy, Georges Braque, Henri Manguin, Albert Marquet, Jean Puy, Emile Othon Friesz. Partindo do colorido vibrante e agressivo de Van Gogh e Gauguin (pós impressionistas), os fauvistas rejeitaram não só o império da forma, ditado pela academia, como também o conceito de luminosidade dos impressionistas, passando a usar a cor como factor primordial da pintura e levando-a às últimas consequência, resultando daí quadros tão bonitos quanto artificiais. O fauvismo foi perdendo a sua força há medida que os seus precursores amadureceram e evoluíram para outros estilos, entre os muitos que proliferaram na primeira metade do Século XX. Na Europa, Matisse tornou-se o símbolo máximo do fauvismo.