Joe Berardo |
O
coleccionador Joe Berardo afirmou hoje à agência Lusa que a colecção instalada
no Centro Cultural de Belém (CCB) "não está à venda" porque "há
um acordo para cumprir" estabelecido com o Estado até 2016.
"Tenho
tido várias propostas de museus e outras instituições para vender, mas não
posso vender. A colecção não está à venda, há um acordo de dez anos para
cumprir", disse Joe Berardo, a propósito das notícias que indicam que terá
tido uma proposta de israelitas para vender a colecção por 750 milhões de euros.
Assinado em
2006, o acordo entre Joe Berardo e o Estado português destinou-se a criar um
museu com uma selecção de 862 peças de arte moderna e contemporânea avaliadas
na altura em 316 milhões de euros pela leiloeira Christie"s.
Esta semana,
o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, numa entrevista à
estação de televisão TVI24, admitiu que o Estado não pode comprar o acervo nem
por metade do valor oferecido pelos israelitas, mas também não tenciona
dificultar a venda da colecção por Berardo a terceiros.
Sobre essas
afirmações, Joe Berardo disse: "Não é uma pessoa só que vai alterar o
acordo. Está em forma de lei, foi aprovado em Assembleia da República e pelo
próprio Presidente da República", Aníbal Cavaco Silva, em 2006.
Na
quinta-feira decorreu uma nova reunião do Conselho de Administração da Fundação
do Museu Colecção Berardo, mas Joe Berardo, que preside, escusou-se a revelar o
resultado desse encontro.