M7 | Lisboa Pombalina |Plantas e projectos para as edificações da Baixa | A acção do Marquês de Pombal





Projecto nº 3. Elaborado pelo Capitão Eugénio dos Santos e Carvalho e pelo Ajudante Carlos Andreas, segundo determinações rigorosas de Manuel da Maia. Respeita a rua Nova dos Ferros e conserva a pequena praça intermédia. Estabelece a articulação entre as duas praças, Rossio e Terreiro do Paço, através de três grandes artérias. O Terreiro do Paço apresenta-se regularizado, em forma de grande quadrilátero, ocupando o centro de toda a urbanização proposta. Desenho à pena, sobre papel, com aguada a rosa (dois tons) e amarelo. Museu da Cidade. Fotografia, Estúdio Horácio Novais - CML  (1982), Exposição Lisboa e o Marquês de Pombal, Museu da Cidade. Amadora: Heska Portuguesa.


Vista parcial da Praça do Comércio. Fotografia de António Pedro Ferreira - Vieira, Alice (1993), Esta Lisboa. Lisboa: Caminho, S.A


AddPormenor do projecto anterior, ampliado com grades no passeio. Desenho a tinta da China,com aguada e pormenores aguarelado a cor de rosa. Ass. Eugénio dos Santos, 1756. Museu da Cidade.
Fotografia, Estúdios Horácio Novais - CML  (1982), Exposição Lisboa e o Marquês de Pombal, Museu da Cidade. Amadora: Heska Portuguesa.
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Lisboa antes do terramoto de 1755


Projecto nº 2. Pode ver-se a altura e simetria dos edifícios com dois andares sobre as lojas, ambos de janelas rasgadas, com divisões de paredes altas sobre os telhados para defesa da comunicação de incêndios (guarda-fogos). Desenhos a tinta da China com aguada e pormenores a aguarela cor de rosa. Ass. Eugénio dos Santos, 1756. Museu da Cidade.
Fotografia, Estúdios Horácio Novais - CML  (1982), Exposição Lisboa e o Marquês de Pombal, Museu da Cidade. Amadora: Heska Portuguesa



Aspecto da Frontaria da Praça do Comércio da parte do Arsenal, aproveitando grande parte da Torre ou Pavilhão da Casa da Índia, cuja frontaria é em tudo semelhante à que lhe corresponde no lado oposto, que deve fazer da frontaria da Alfandega e compreende também a bolsa do mesmo comércio. Desenho a tinta da China, aguarelado. Ass. Eugénio dos Santos e Carvalho, no canto superior esquerdo. A. H. M. H. e Obras Públicas. Fotografia de Horácio Novais - CML  (1982), Exposição Lisboa e o Marquês de Pombal, Museu da Cidade. Amadora: Heska Portuguesa.

Arco do meio da Praça do Comércio. Estudo a lápis e tinta da China, com aguada. S/ assinatura, 2ª metade do séc. XVIII. Museu da Cidade. Fotografia, Estúdios Horácio Novais - CML  (1982), Exposição Lisboa e o Marquês de Pombal, Museu da Cidade. Amadora: Heska Portuguesa.
Panorâmica da Praça do Comércio. O conjunto é Monumento Nacional. Considerada uma das mais belas praças da Europa, a Praça do Comércio, ou Terreiro do Paço, delineada pelo arquitecto Eugénio dos Santos sob a égide do Marquês de Pombal, resultou do projecto de reedificação da baixa pombalina após o terramoto de 1755. O chão manteve-se de terra batida até 1900. Recebeu a estátua equestre em 6 de Junho de 1775. A arborização fez-se em 1866. Em 1873, era concluído o Arco da Rua Augusta. Fotografia de Benoliel, Judah, 1890-1968. Arquivo Municipal de Lisboa

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Passeio Público, pavilhão, lago e terraço da entrada norte.  Fotografia, Estúdios Mário Novais. Arquivo Municipal de Lisboa.
Aspecto da Frontaria da Praça do Comércio que faz frente ao rio e compreende 3 ruas da parte do Rossio vem todas desembocar na referida Praça do Comércio. Desenho a tinta da China com aguada. Ass. Eugénio dos Santos e Carvalho e de Sebastião Joseph de Carvalho e Mello. Academia Nacional de Belas-Artes. Fotografia, Estúdios Horácio Novais - CML  (1982), Exposição Lisboa e o Marquês de Pombal, Museu da Cidade. Amadora: Heska Portuguesa.
Detalhe da maquete de Lisboa antes do Terramoto de 1755 - Museu da Cidade - Fotografia de António Pedro Ferreira - Vieira, Alice (1993), Esta Lisboa. Lisboa: Editorial Caminho, S.A.
Vista do Rossio, antes do Terramoto de 1755 e do hospital de Todos-os-Santos, em dia de mercado. Desenho à pena, aguarelado a nanquim. Ass. Zuzarte,1787. Na margem inferior as armas do Santo Ofício de Lisboa. Fotografia, Estúdio Horácio Novais - CML  (1982), Exposição Lisboa e o Marquês de Pombal, Museu da Cidade. Amadora: Heska Portugues
Vista do Paço da Ribeira e Alto de S. Francisco. Desenho à pena, aguarelado a nanquim. Ass. Zuzarte, 1782. Na margem inferior as armas reais do tempo de D. José I.
Fotografia, Estúdio Horácio Novais - CML  (1982), Exposição Lisboa e o Marquês de Pombal, Museu da Cidade. Amadora: Heska Portuguesa.
Frontaria do Convento do Carmo e exterior da capela-mor do lado do Rossio, antes do Terramoto de 1755. Fotografia de Bárcia, José Artur Leitão. Arquivo Municipal de Lisboa.
Aspecto do Paço da Ribeira após o Terramoto de 1755 - Desenho a traço realçado a tinta da China. Ass. Cristóvão Leandro de Mello. Legenda: Parte mais nobre do Palácio do Rey de Portugal arruinado pelo Terramoto no dia primeiro de Novembro de 1755 e depois abrazado com o incêndio que reduziu ao estado em que se vê.
Fotografia, Estúdio Horácio Novais - CML  (1982), Exposição Lisboa e o Marquês de Pombal, Museu da Cidade. Amadora: Heska Portuguesa
 

No dia 1 de Novembro de 1755, às 9horas e 40 minutos, dia de Todos-os-Santos, a população encontrava-se dentro das igrejas a assistir aos ofícios religiosos, quando um forte abalo seguido por novos abalos, fez ruir parte de uma das mais famosas cidades da Europa, com séculos de história. Ao sismo, com intensidade 10 na escala de Mercalli, sobreveio um incêndio que esteve activo durante quatro dias e um maremoto.Toda a zona da “Baixa” lisboeta ficou praticamente irrecuperável, da colina de S. Francisco até às Chagas e ao Carmo, a Sé e S. Mamede.
Ruínas da Igreja de S. Nicolau. Gravura aberta a boril em Paris por Jac.Ph. Le Bas,1757. Fotografia, Estúdio Horácio Novais - CML  (1982), Exposição Lisboa e o Marquês de Pombal, Museu da Cidade. Amadora: Heska Portuguesa.
A população procurou escapar ao inferno da cidade em brasa, seguindo os caminhos do interior. Espalhou-se pelas encostas de S. Bento, Belém, Santa Bárbara e Arroios. Desventrada dos seus habitantes, Lisboa tornou-se uma cidade de miséria, muitos dos que a abandonaram não mais regressaram, ficando nos locais onde se refugiaram. A expansão da cidade para fora dos seus limites tradicionais, irá acentuar-se a partir dos últimos anos do séc. XVIII.

Fragmento da planta de Lisboa, anterior ao Terramoto de 1755. Fotografia de Jorge Bráunio, Arquivo Municipal de Lisboa.
Planta topográfica da Cidade de Lisboa, segundo o novo Alinhamento dos Arquitectos Eugénio dos Santos Carvalho e Carlos Mardel (esta planta parece pertencer ao Decreto de 12 de Junho de 1758). Desenho a tinta da China, aguarelado a rosa e amarelo. Ass. João Pinto Ribeiro. Cópia feita por Vieira da Silva. Instituto Geográfico e Cadastral.
Fotografia, Estúdio Horácio Novais - CML  (1982), Exposição Lisboa e o Marquês de Pombal, Museu da Cidade. Amadora: Heska Portuguesa.

Perante tão complexa situação, Pombal não estava isolado, uma equipa de homens competentes, não se pouparam a esforços para levar a cabo a árdua tarefa da reconstrução de Lisboa.
Manuel da Maia (1672-1768), Mestre de Campo General, Engenheiro-mor do Reino, foi o cérebro e o motor de planificação geral da reconstrução de cidade. Para a execução dos planos formou uma equipa de engenheiros e arquitectos, dos quais se destacam pela grande responsabilidade na condução dos trabalhos, o Capitão Eugénio dos Santos (1711-1760), arquitecto do Senado e Carlos Mardel  (1695-1763), engenheiro e arquitecto úngaro.
O rei D.José I e o seu ministro, Sebastião José de Melo, decidem reconstruir a cidade sobre os escombros, dando prioridade à “Baixa” lisboeta, centro económico da cidade e seu tradicional centro comercial. Os primeiros trabalhos efectuados tiveram em vista o nivelamento daquela zona.
 Depois de vários projectos executados, Marquês de Pombal elegeu o projecto elaborado por Eugénio dos Santos, que encarregou de apresentar os esquemas definitivos, para se iniciarem os trabalhos de reconstrução. Os projectos de urbanização cobriam outras zonas da cidade, na intenção de dotar Lisboa de um plano de urbanização nacional.