Marilyn' (2009), sapatos
feitos com panelas
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Joana Vasconcelos é a primeira mulher e a mais jovem
artista a levar a arte contemporânea ao Palácio de Versalhes, em Paris, com 17
obras "em diálogo" com o castelo - umas conhecidas, outras inéditas
-, todas a dizer Portugal.
Todo o projecto se fez num "diálogo" entre a obra e o castelo. Das
17 obras expostas, oito foram criadas para Versalhes e "inspiradas"
em Versalhes. Mas não há nenhuma que não diga Portugal.
"Fui a Portugal buscar todas as coisas que tinham uma relação com o
castelo e com as quais eu podia trabalhar, tentando dar uma perspectiva do
presente e do futuro, reinventando, com as técnicas do passado", explicou
a artista, lembrando as tapeçarias de Portalegre, os bordados e os feltros de
Nisa ou os crochés, que vêm dos Açores.
Joana Vasconcelos quer fazer com este trabalho uma "referência a todas
as mulheres portuguesas que vieram trabalhar e viver" em França.
Entre o que é novo e o que se revisita, cada detalhe diz Portugal. Joana
Vasconcelos considera que é muito importante que se fale do país em francês, e
foi isso que decidiu fazer: dizer das tradições e da cultura portuguesa, para o
mundo.
"Precisamos de ser internacionais, profissionais e de mostrar que
sabemos exportar aquilo que nós somos, e que somos tão bons quanto os outros.
Temos que conseguir sair da nossa fronteira e comunicar com o
estrangeiro", defendeu.
Coração Independente' (2004-2006), três corações feitos
com talheres de plástico
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