Édouard Vuillard “Na Cama”. 1981.
Dimensões 74x92,5 cm
|
Depois
de se ter formado, como muitos artistas do tempo, na Académie Julian e no
ateliê de Gérôme, Édouard Vuillard juntou-se, a conselho de Maurice Denis, ao
grupo dos nabis, os jovens «profetas»
que naqueles anos promoveram uma pintura de desenho simplificado, de linha
arabesca e de camadas de cores planas, frequentemente delimitadas por contornos
com efeitos de vitral ou de esmalte cloisonné.
Na Cama pertence exactamente ao período nabis
do artista e é uma das suas primeiras experimentações sintetistas. Vuillard
joga com uma paleta «rebaixada», sem empolgamentos cromáticos, numa
sobreposição de camadas bem delineadas. Para pintar esta cenazita de intimidade
quotidiana superou o dado real e traduziu-o em qualquer coisa de novo. As
situações mais banais, como esta, elaboradas pelo filtro da memória e da
fantasia do artista, transformaram-se em preciosos e emocionantes fragmentos em
preciosos emocionantes fragmentos de existência. Já em meados da década de 1890
o estilo de Vuillard conhecerá uma nova evolução, abrindo-se primeiramente a
uma pincelada de matriz impressionista, para depois mudar, nos seus esplêndidos
«retratos ambientais», alguns dos quais pertencentes às colecções do museu.
Da esquerda para a direita: Ker-Xavier Roussel, Édouard Vuillard, Romain Coolus e Felix Vallotton, em 1899. |