São os membros,
através de voto secreto, que decidem os vencedores AFP
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Já se sabe que os prémios mais cobiçados de Hollywood
são atribuídos pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, mas pouco
mais se sabe sobre quem realmente decide e vota nos nomeados. Actualmente, a
Academia conta com 5765 membros votantes, são eles que escolhem os filmes
nomeados e os vencedores. Mas quem é que está realmente por trás dos boletins
de voto? Uma investigação do Los Angeles Times, que descobriu a
identidade de mais de 5100 membros (cerca de 89% das pessoas que votam para os
Óscares), revela que o grupo votante não representa uma igualdade justa e
representativa do mundo do cinema e que muitos nomes reconhecidos do meio nem
sequer integram esta lista, o que influencia obviamente os vencedores aos
Óscares. A justificar estão os números gerais: 94% são brancos, 77% são
homens e 54% têm mais de 60 anos. Estes são os números que saltam à primeira
vista e que dão azo a uma especulação que não é nova. Poucas raças
representadas, poucas mulheres e poucos jovens. Quase o oposto daquilo que se
passa no mundo cinematográfico.
Ainda recentemente, o realizador da saga “A Guerra das Estrelas”, George Lucas, que não é membro da Academia, se queixou, numa entrevista a Jon Stewart, do racismo existente em Hollywood, destacando que são raras as vezes em que os filmes são protagonizados por actores negros, ou que estes são reconhecidos.
Até hoje, em 83 anos de história dos Óscares, apenas cerca de 4% dos prémios de representação foram para actores afro-americanos. Nos confrontos entre homens e mulheres, os resultados ainda são mais díspares. Kathryn Bigelow foi a única mulher a receber o Óscar de Melhor Realizador por “Estado de Guerra” e isto aconteceu apenas em 2010. No ano a seguir, em 2011, Samuel L. Jackson queixou-se de não ter existido em toda a cerimónia de entrega dos Óscares um apresentador masculino negro. “É obvio que não existe NENHUM actor preto em Hollywood que saiba ler um teleponto, ou que não seja fixe o suficiente”, disse o actor ao Los Angeles Times.
E depois há a questão da idade. Também no ano passado, os responsáveis da Sony Pictures, produtora do filme nomeado “A Rede Social”, disseram na altura que consideraram que o filme sobre a criação da maior rede social, o Facebook, não conquistou o Óscar de Melhor Filme, que foi entregue a “O Discurso do Rei”, porque os membros da Academia mais velhos, que representam mais do que a maioria, não se identificariam com a história da Internet.
Para a actriz afro-americana Alfre Woodard, que é membro da Academia desde 1985, se a idade média dos votantes fosse entre os 45 e os 50 anos, por exemplo, o filme “Shame”, no qual Michael Fassbender dá vida a um homem viciado em sexo, seria um forte candidato aos Óscares. Para a actriz, “Shame”, que se destacou entre a crítica, não é o tipo de filme que um público mais velho “vá a correr ver”. Apesar de todas as polémicas e críticas, o presidente da Academia Tom Sherak já garantiu que não foram dadas ordens aos produtores da cerimónia, Brian Grazer e Don Mischer, para que incluíssem mais minorias na gala. “Os produtores produzem o espectáculo, fim da história”, disse Sherak ao jornal norte-americano, lembrando que Academia nunca se deixou influenciar por essas questões.
Ainda recentemente, o realizador da saga “A Guerra das Estrelas”, George Lucas, que não é membro da Academia, se queixou, numa entrevista a Jon Stewart, do racismo existente em Hollywood, destacando que são raras as vezes em que os filmes são protagonizados por actores negros, ou que estes são reconhecidos.
Até hoje, em 83 anos de história dos Óscares, apenas cerca de 4% dos prémios de representação foram para actores afro-americanos. Nos confrontos entre homens e mulheres, os resultados ainda são mais díspares. Kathryn Bigelow foi a única mulher a receber o Óscar de Melhor Realizador por “Estado de Guerra” e isto aconteceu apenas em 2010. No ano a seguir, em 2011, Samuel L. Jackson queixou-se de não ter existido em toda a cerimónia de entrega dos Óscares um apresentador masculino negro. “É obvio que não existe NENHUM actor preto em Hollywood que saiba ler um teleponto, ou que não seja fixe o suficiente”, disse o actor ao Los Angeles Times.
E depois há a questão da idade. Também no ano passado, os responsáveis da Sony Pictures, produtora do filme nomeado “A Rede Social”, disseram na altura que consideraram que o filme sobre a criação da maior rede social, o Facebook, não conquistou o Óscar de Melhor Filme, que foi entregue a “O Discurso do Rei”, porque os membros da Academia mais velhos, que representam mais do que a maioria, não se identificariam com a história da Internet.
Para a actriz afro-americana Alfre Woodard, que é membro da Academia desde 1985, se a idade média dos votantes fosse entre os 45 e os 50 anos, por exemplo, o filme “Shame”, no qual Michael Fassbender dá vida a um homem viciado em sexo, seria um forte candidato aos Óscares. Para a actriz, “Shame”, que se destacou entre a crítica, não é o tipo de filme que um público mais velho “vá a correr ver”. Apesar de todas as polémicas e críticas, o presidente da Academia Tom Sherak já garantiu que não foram dadas ordens aos produtores da cerimónia, Brian Grazer e Don Mischer, para que incluíssem mais minorias na gala. “Os produtores produzem o espectáculo, fim da história”, disse Sherak ao jornal norte-americano, lembrando que Academia nunca se deixou influenciar por essas questões.
Mas quem são afinal estes membros?
Originalmente, os membros da Academia estavam
divididos em cinco categorias, cada uma representando uma área diferente do
cinema, nomeadamente os produtores, argumentistas, os realizadores, os actores
e os técnicos. No entanto, com o aumento da indústria, estas categorias foram
aumentadas para 14 grupos, de forma a se incluírem as áreas administrativas
(executivos e relações públicas) e subdivisões na categoria das técnicas (directores
criativos, fotografia, edição, som). Desde o seu início que um membro só pode
integrar a Academia por convite, sendo que até 2004 os convites não eram
públicos. Desde então, todos os anos os novos membros são notícia. Em 2011, por
exemplo, a Academia anunciou a entrada de mais 178 novos membros, entre os
quais se destacavam nomes como o actor Russell Brand, a actriz Mila Kunis, o
realizador Tom Hooper ou a artista Beyoncé Knowles. Segundo a
constituição da Academia, qualquer pessoa se pode ser convidada formalmente
para membro, basta apenas que tenha feito de alguma forma uma contribuição
valiosa no mundo do cinema, ou que tenha sido distinguido com o seu trabalho no
ramo ou, noutros casos, que um membro proponha o seu nome, que terá obviamente
de ser justificado, não se distinguido aqui a nacionalidade, existindo
actualmente membros de mais de 20 países. Entre os nomes não americanos
destacam-se por exemplo o compositor britânico Andrew Lloyd Webber, o designer
de moda indiano Bhanu Athaiya, ou o cineasta italiano Vittorio Storaro.
Depois de convidados pela Academia, o cargo é vitalício, mesmo que entretanto se retirem do cinema ou se reformem. Ou como aconteceu em muitos casos, actores que em tempos áureas se destacaram em Hollywood e que entretanto foram esquecidos pela indústria. Quem não se lembra do actor Steve Guttenberg, que na década de 1980 foi a grande estrela da saga “Academia de Polícia”?
Depois de convidados pela Academia, o cargo é vitalício, mesmo que entretanto se retirem do cinema ou se reformem. Ou como aconteceu em muitos casos, actores que em tempos áureas se destacaram em Hollywood e que entretanto foram esquecidos pela indústria. Quem não se lembra do actor Steve Guttenberg, que na década de 1980 foi a grande estrela da saga “Academia de Polícia”?