Gian Lorenzo Bernini | M6





Gian Lorenzo Bernini ou simplesmente Bernini, nasceu em Nápoles a 7 de Dezembro de 1598 e faleceu em Roma a 28 de Novembro de 1680.Foi um artista do barroco italiano, trabalhando principalmente na cidade de Roma. Bernini distinguiu-se na escultura e arquitectura, passando também por áreas como a pintura, o desenho, cenografia, e a criação de espectáculos de pirotecnia. Esculpiu variadíssimas obras de arte que perduram até hoje em Roma e no Vaticano.



Começou a sua vida artística com o pai, Pietro Bernini, um escultor de Florença que foi trabalhar para Roma. O trabalho do jovem foi reconhecido pelo pintor Annibale Carracci, começando desde logo a trabalhar para o papa Paulo V, o que lhe facilitou a sua independência. Influenciado pela escultura Grega e Romana em mármore, que conheceu nas colecções do Vaticano, também conhecia bem a pintura renascentista de princípios do séc. XVI. De facto, o conhecimento da obra de Miguel Ângelo nota-se no seu São Sebastião, de 1617, realizado para o cardeal Barberini, o futuro papa Urbano VIII, que se tornou o patrono mais importante de Bernini. Mas o seu primeiro patrono foi o cardeal Borghese. Foi para ele que Bernini esculpiu o Eneias, Anquises e Ascânio fugindo de Tróia, de 1619, Plutão e Proserpina, de 1622 e o David, de 1624. Com estas obras, realizadas em tamanho real, conjugadas com os bustos executados também neste primeiro período da sua actividade, Bernini cortou com a tradição de Miguel Ângelo, criando um novo período na história da escultura da Europa ocidental. Com a eleição de Urbano VIII, Bernini passou a trabalhar muito intensamente, passando também a trabalhar em pintura e a fazer arquitectura a pedido do papa. O seu primeiro trabalho arquitectónico foi a remodelação da Igreja de Santa Bibiana em Roma. Ao mesmo tempo, Bernini foi encarregado de construir uma estrutura simbólica sobre o túmulo de São Pedro na Basílica de S. Pedro em Roma. O resultado foi o enorme e famosíssimo Baldaquino dourado construído entre 1624 e 1633. O baldaquim, uma fusão completamente original e sem precedentes entre escultura e arquitectura, é considerado o primeiro monumento verdadeiramente barroco, tendo-se tornado o centro da decoração projectada por Bernini para o interior da Basílica de S. Pedro. O seu trabalho seguinte foi a decoração dos quatro pilares que sustentam a cúpula da basílica, com quatro estátuas colossais, sendo que só uma delas foi desenhada por ele. Ao mesmo tempo realizou vários bustos, alguns de Urbano VIII, sendo o melhor da série o do seu primeiro patrono, o do cardeal Borgheses, de 1632. As obrigações arquitectónicas de Bernini aumentaram quando Carlo Maderno morreu em 1629, tendo o escultor passado a acumular não só as funções de arquitecto de São Pedro como as do Palácio Barberini. As obrigações eram tantas que teve recorrer a assistência de outros artistas, tendo sido bastante bem sucedido na organização do seu estúdio, tendo conseguido manter a consistência do seu trabalho, tanto na escultura como nas ornamentações. O seu trabalho estava de acordo com as conclusões do Concílio de Trento, realizado entre 1545 e 1563, que tinham afirmado que a função da arte religiosa era ensinar e inspirar os fiéis, assim como servir de propaganda da doutrina da Igreja Católica Romana, defendendo que a arte religiosa devia ser inteligível e realista, e acima de tudo servir como estimulo emocional à religiosidade. Bernini tentou sempre conformar a sua arte a estes princípios. As obras mais espectaculares de Bernini foram realizadas entre os anos 40 e os anos 60 do século XVII. É a Fonte dos Quatro Rios na Piazza Navona de Roma, realizada entre 1648 e 1651; o Êxtase de Santa Teresa (1645-1652), que mais do que uma escultura é uma cena realizada por meio da escultura, da pintura e da iluminação. A preocupação de Bernini em controlar o ambiente em que as suas estátuas se encontravam, levou-o a concentrar-se cada vez mais na arquitectura. A sua igreja mais impressionante é a de Santo André no Quirinal, edificada entre 1658-1670, em Roma. Mas a sua realização mais impressionante em arquitectura é a Colonata que rodeia a Praça de S. Pedro. Em 1657 começou o Trono de São Pedro, ou Cathedra Petri, uma cobertura em bronze dourado do trono em madeira do papa, que foi terminada em 1666, ao mesmo tempo que realizava a colonata. Continuando os seus retratos em bustos de mármore, esculpiu em 1650 um de Francisco I d'Este, duque de Modena. Em 1665 viajou para Paris, aceitando finalmente um dos muitos convites de Luís XIV. Tendo ofendido os seus hóspedes, ao elogiar a arquitectura italiana em comparação com a francesa, os seus planos de remodelação do Louvre acabaram por não ser aceites, tendo realizado unicamente um busto de Luís XIV. As últimas esculturas de Bernini, as realizadas para a Capela Chigi na Igreja de Santa Maria del Popolo, em Roma, e os Anjos que deveriam estar na ponte de Sant'Angelo, continuaram a tendência das figuras que decoram o Trono de S. Pedro: corpos alongados, gestos expressivos, expressões mais simples mas mais emocionadas. O último grande trabalho de Bernini foi a simples Capela Altieri na Igreja de São Francisco a Ripa, de 1674, em que a arquitectura, a escultura e a pintura têm cada uma objectivos separados e bem claros, numa solução mais tradicional do que a da Capela Cornaro.