Quadro de Klimt vendido por 29 milhões de euros

"Litzlberg am Attersee" (1915), de Gustav Klimt (DR
O quadro, “Litzlberg am Attersee”, uma paisagem austríaca, facilmente ultrapassou a estimativa mais alta da leiloeira que apontava para os 25 milhões de dólares (cerca de 18 milhões de euros). A obra de arte foi devolvida em Julho pelo Museu de Arte Moderna de Salzburgo a Georges Jorisch, de 83 anos, neto do judeu a quem os nazis roubaram o quadro.

“Litzlberg am Attersee” pertenceu originalmente à colecção do magnata austríaco Viktor Zuckerka. Depois da sua morte, o quadro passou para a sua irmã Amalie Redlich, que acabou por ser deportada em 1941 e a sua colecção de arte confiscada pelos nazis e mais tarde vendida. Recentemente, a obra integrava a colecção do Museu de Arte Moderna de Salzburgo, a quem a família fez saber que doará parte do dinheiro da venda do quadro. Ao ser arrematado por 40 milhões de euros, o quadro tornou-se numa das paisagens mais caras de Gustav Klimt.

Outras das estrelas do leilão foi uma pintura a óleo de Pablo Picasso, “L'Aubade”, vendida por 23 milhões de dólares (16,6 milhões de euros). “Os quadros de Picasso são cada vez mais desejados, sobretudo aqueles dos seus últimos anos, porque na sua idade madura ele [Picasso] viu-se obrigado a reinventar-se para poder competir com os artistas mais jovens”, Simon Shaw, responsável da Sotheby’s pelo departamento de arte moderna e impressionista.

No mesmo leilão foram ainda batidos dois recordes: “Le pont d'Argenteuil et la Seine”, um quadro do artista francês impressionista Gustave Caillebotte foi arrematado por 9,3 milhões de dólares (6,7 milhões de euros); e “Le reve (Rafaela sur fond vert)”, da artista russa Tamara de Lempicka, vendido por 8,5 milhões de dólares (6,1 milhões de euros).

Ainda antes de o leilão acontecer, a Sotheby’s vendeu, sem levar à praça, uma escultura em bronze de Henri Matissse, “Nu de dos”. A obra de arte fazia parte do catálogo do leilão e estava avaliada entre os 20 e os 30 milhões de dólares (14 e 22 milhões de euros). No entanto, a escultura foi vendida num negócio privado, não se conhecendo os detalhes da compra nem a identidade do comprador.

No total foram vendidas 57 das 70 obras levadas a leilão, alcançando a soma de 200 milhões de dólares (cerca de 145 milhões de euros), contrastando com o leilão da Christie’s, que aconteceu no dia anterior, terça-feira, onde cerca de metade das peças não encontraram compradores interessados, incluindo algumas das estrelas, como uma escultura do artista francês Edgar Degas e um retrato pintado por Picasso, tendo o leilão somado apenas cerca de 88 milhões de euros