MÓDULO 10 – A CULTURA DO ESPAÇO VIRTUAL O fenómeno da Globalização 1. 1960 – Actualidade. A actividade humana regulada pela tecnologia, pela publicidade e pelo consumo. A moda e o efémero. (O tempo)

Construção do muro, 1961                                   
Em termos de ciência Historia, o tempo sobre o qual incide este módulo didáctico é já o presente, de tal modo os seus acontecimentos se encontram na memória recente dos contemporâneos. Contudo, se analisarmos bem mais pormenorizadamente o mundo da década de 60 do século e o de hoje, são muitas as diferenças.

Queda do muro de Berlim (Novembro de 1989)
Nos anos 60, o planeta ainda se dividia em dois grandes blocos político-económicos, o do capitalismo liberal liderado pelos EUA e o do comunismo soviético, cuja falência nos anos 80 (recorde a perestroika e a glasnost de Mikhail Gorbatchev) haveria de alterar o equilíbrio geoestratégico, deixando os EUA isolados na hegemonia politica e económica do mundo, contrabalançada, todavia, pela ascensão de novas “potencias”, tais como a comunidade Europeia (1992) e o bloco de países da Ásia-Pacifico, liderado pelo Japão.

Em termos de ciência Historia, o tempo sobre o qual incide este módulo didáctico é já o presente, de tal modo os seus acontecimentos se encontram na memória recente dos contemporâneos. Contudo, se analisarmos bem mais pormenorizadamente o mundo da década de 60 do século e o de hoje, são muitas as diferenças.
Nos anos 60, o planeta ainda se dividia em dois grandes blocos político-económicos, o do capitalismo liberal liderado pelos EUA e o do comunismo soviético, cuja falência nos anos 80 (recorde a perestroika e a glasnost de Mikhail Gorbatchev) haveria de alterar o equilíbrio geoestratégico, deixando os EUA isolados na hegemonia politica e económica do mundo, contrabalançada, todavia, pela ascensão de novas “potencias”, tais como a comunidade Europeia (1992) e o bloco de países da Ásia-Pacifico, liderado pelo Japão.

O terrorismo, uma ameaça á segurança nacional
Nos anos 60, o movimento de descolonização, iniciado com força no pós-Segunda Grande Guerra, estava ainda na ordem do dia da politica mundial como exigência da plena vivência da democracia e só viria a terminar no final da década de 70 com a independência das colónias portuguesas de África. O império Ultramarino Português, o primeiro da Historia, foi também o ultimo a desaparecer.
Apesar disso, muitos dos novos países nascidos nas ex-áreas coloniais das grandes potencias – que formam, maioritariamente, o designado Terceiro Mundo - continuam hoje com graves défices de desenvolvimento económico e cultural, dependentes das tecnologias, dos produtos industriais e do apoio financeiro e humanitário do mundo desenvolvido. Noutros, sobrevivem até hoje diferendos ético-culturais ou religiosos, que geram mal-estar e conflitos armados. Estas assimetrias estão longe de estar resolvidas na actualidade e, nalguns casos, põem em causa, inclusive, a segurança internacional através do terrorismo, um dos maiores flagelos do mundo contemporâneo.
Na década de 60,o enriquecimento económico era, como hoje, a prioridade das nações, mas a industrialização entrou, desde ai, numa outra etapa de evolução, apostando em novas tecnologias e em novos sectores de ponta e explorando noutras energias de suporte, muito embora o petróleo se mantenha, tal como ontem, a principal fonte energética do mundo.
As grandes dominam a economia e são, cada vez mais, grandes multinacionais, dispersas por vários países e continentes com uma visão transnacional (mundial) do mercado. A sua actuação impôs, nos anos 80, o neoliberalismo, uma nova política económica que nasceu da reestruturação do liberalismo económico oitocentista e do falhanço das economias dirigidas e planeadas dos países ex-comunistas.
Estes gigantes económicos, para sobreviverem à concorrência, apoiam-se, cada vez mais, na inovação tecnológica resultante doa avanços da ciência. Por sua vez, as novas tecnologias revolucionaram os métodos e os processos produtivos, cada vez mais libertos da mão-de-obra humana.
Este facto condiciona a composição das sociedades actuais onde a classe operária é cada vez mais diminuta, face ao enorme crescimento do sector terciário entre a população activa (sociedade pós-industrial).
Com efeito, a Ciência e a Técnica, postas ao serviço não apenas do saber puro, mas da vida quotidiana das populações, tornaram-se indispensáveis no mundo de hoje, proporcionando o desenvolvimento económico, o bem-estar material, físico e intelectual das populações, e revelando-se factor da própria hegemonia política – o que justifica os crescentes investimentos públicos e privados nestas áreas.

O domínio da tecnologia
Nos últimos tempos, os progressos e descobertas cientifico-técnicos, nomeadamente na engenharia electrónica, na informática, na comunicação e nas biotecnologias, causaram verdadeiras revoluções nos conceitos e modos de vida da Humanidade. Na verdade, em nenhuma outra época a vida quotidiana esteve tão dependente da tecnologia: electrodomésticos, telemóveis e computadores de última vaga entraram nos nossos lares como objectos indispensáveis; instrumentos médico-cirúrgicos, próteses e máquinas de diagnóstico condicionam a prática médica e a saúde da Humanidade; redes de transportes, cada vez mais velozes, práticos e seguros (aviões, comboios de alta velocidade, etc.), servem e sustentam o quotidiano da economia e da política…, A ciência e técnica deixaram de ser áreas de elite reservadas a intelectuais e mostraram a sua importância para toda a Humanidade.
As descobertas científicas, aplicadas pela técnica e postas no mercado pela indústria, popularizaram-se pela publicidade e pela propaganda como marcas da modernidade, mais até do que de utilidade e eficácia. Sucedem-se com tão notável rapidez que vão tornando caducas as inovações de há quatro ou cinco anos atrás… e há quem não resista a possuir, em primeira mão, os produtos mais recentes, ainda que os velhos resolvam as suas necessidades.
Comandadas pelas campanhas de publicidade e propaganda postas a soldo de interesses económicos e políticos e difundidas por todos as meios de comunicação, as sociedades actuais agem como sociedades de consumo, cultivando o efémero.
Este consubstancia-se sobretudo nos bens não essenciais e na adopção de modas que orientam os hábitos de vida, o vestuário, o design e outras artes, e que se sucedem com novas tendências quase ano a ano. O culto da(s) moda(s), alimentado pela publicidade, garante a sobrevivência e o crescimento das industrias e sustenta a continuidade do sistema económico em que vivemos.


2 – O mundo global. O espaço virtual. Comunicação em linha. A aculturação (O espaço)


Espaço Global (virtual à distancia de um “clique”
A questão da globalização do planeta – isto é, de pouco a pouco nos estamos a tornar numa aldeia global onde a variedade de culturas e costumes seria substituída por uma monótona e enfadonha padronização – é um problema que remonta ao início da idade Moderna (com o começo de uma economia à escala mundial), sujeito a uma evolução histórica cumulativa e, há quem o afirme, irreversível. Todavia, esta questão impôs-se de modo mais evidente na segunda metade do século XX, sobretudo após os anos 80, quando, com a afirmação do neoliberalismo, a Humanidade tomou consciência de quanto a economia se havia realmente mundializado.
De facto hoje em dia não há economias estanques. Expressões como “a indústria italiana” (ou outra) já não se referem, como antes, à indústria feita naquele país pelos seus nacionais, mas pode significar a indústria dominada pelo capital italiano produzido em várias partes do mundo, envolvendo técnicos e operários de várias nacionalidades. Nestes termos, uma crise na sede financeira afecta toda a empresa e as pessoas e economias a ela ligadas.
Iniciado pela economia, o fenómeno da globalização só se tornou possível com o progressivo desenvolvimento dos transportes de pessoas e mercadorias – o que nos permite hoje, em algumas horas, viajar de um lado ao outro do planeta com custos cada vez mais reduzidos -, mas principalmente com a verdadeira revolução que, no século XX os progressos da electrónica, da informática e da cibernética operaram nos meios de informação e comunicação a distância.
Com efeito, hoje em dia, o telefone móvel, as comunicações por cabo ou satélite e principalmente os computadores e a internet permitem, em espaços de minutos/segundos, contactos áudio e vídeo entre pessoas em qualquer parte do mundo. Estes novos meios de informação/comunicação, estabelecidos à escala mundial, criaram-nos a noção de um novo espaço, um espaço virtual, que já não se mede pelas usuais dimensões do espaço físico, e onde em muito pouco tempo qualquer um pode consultar informação, aceder À sua conta bancária, realizar reuniões online, gerir os seus negócios, conversar com amigos ou família, procurar distracção… sem sequer sair da cadeira da secretaria do seu computador pessoal, esteja onde estiver.
A globalização da economia e a rápida massificação das telecomunicações produziram um terceiro fenómeno, cada vez mais evidente – a aculturação do planeta pelas potências pioneiras nestas tecnologias e que dominam a produção/emissão destas novas formas de comunicação de massas, exactamente os países mais desenvolvidos e mais ricos como os EUA, CE, Japão…
É um facto por todo o lado verificável o quanto a cultura ocidental, anglo-saxónica sobretudo, se vai impondo como cultura universal, nos hábitos do vestir, do habitar, do lazer…


3. A internet (O local)

 
A internet (ou rede interna) é um dos últimos produtos da tecnologia e da invenção humanas e também um dos factores que mais mudanças têm provocado no comportamento e nas formas de encarar o mundo na nossa época.
Nasceu na década de 60 do século XX, ligado aos projectos de defesa militar americanos durante a Guerra Fria. Com efeito, foi aí que se utilizou, pela primeira vez, um conjunto de computadores, ligados em rede (projecto Arpanet), para mais fácil, rápida e segura troca de dados e comunicações. Nos anos 70, o processo alargou-se às universidades e depois às empresas privadas americanas. Nos anos 80, foram estabelecidos os primeiros canais de comunicação com a Europa e, por fim, com todo o Mundo – estava criada a Internet (TCP-IP, de 1983) tal como hoje a conhecemos. O seu crescimento foi célere e proporcional à riqueza e grau de desenvolvimento tecnológico e cultural dos países.
A generalização do uso da Internet (sobretudo de 1996 até hoje) acelerou a globalização do planeta, já em marcha. Possibilitando ultrapassar as distancias físicas, as fronteiras geográficas e culturais, ela é hoje um factor de democratização, uma vantagem para a economia e para a cultura e um processo de intervenção cada vez mais usado e popularizado.


4 – O consumo. Consumir para ser (Síntese)

Ânsia do consumismo…

 
O consumo é a utilização dos rendimentos na compra de bens e serviços necessários À vida, tal como hoje a consideramos. Contudo, as sociedades de hoje estão a favorecer, cada vez mais, o consumo exagerado – o consumismo. O Mundo inteiro torna-se, para o consumidor solvente, um imenso supermercado que responde a todos os seus caprichos. Daí a evolução quantitativa e qualitativa do consumo que está também relacionada com a subida do nível de vida e com o aparecimento constante de novos conceitos de bens e bem-estar imprescindíveis, que é preciso ter e mostrar.
Atentos à dicotomia consumo/produção estão os proprietários das multinacionais que, através de novas e cativantes  marcas, modas  e publicidades, provocam os consumidores, fazendo com que sintam a necessidade de se identificarem com novos objectos e, por isso, de os comprarem. O poder de compra, isto é, o poder de consumo, passou, assim, a definir ricos e pobres, distanciando-os cada vez mais. A única saída será uma melhor redistribuição dos rendimentos e uma luta contra a pobreza, para que o mundo possa continuar a consumir e a ser e não a consumir para ser.



 
Criar é agir. A arte enquanto Processo

7 A materialização da vida nos movimentos, gestos e objectos do quotidiano.

A partir dos anos 60 do século XX, a arte muda radicalmente, quer na forma quer no pensamento. Ao abstraccionismo intelectualizado e hermético dos anos 50, sucede uma arte virada para a vida real e para os acontecimentos do quotidiano, utilizando-os como forma de conhecimento e de acção. Numa sociedade dominada pelo consumo, estimulado por uma publicidade agressiva que gera necessidades, a Arte surge como reflexo das novas formas de relacionamento social, onde determinados objectos e imagens se impõem como ícones. Foi dessas imagens, objectos e até figuras com notoriedade que se serviu Andy Wharol ao formular em definitivo a essência da Pop Art.


Andy Warhol (1928 - 1987)

7.1 A Pop Art, um movimento iconoclasta

Nascida ainda nos anos 50 nos grandes núcleos urbanos (Londres e Nova Iorque), a Pop Art utilizou uma linguagem figurativa recorrendo a símbolos, figuras e objectos próprios da cidade e do seu quotidiano. Não se baseou em teorias e, por isso, não colocou dificuldades interpretativas.

Roy Lichtenstein
Jasper Johns
A sua temática esteve ligada à cultura “popular” constituída por imagens do quotidiano, retiradas da bd, das revistas e dor jornais, da fotografia, do cinema e da televisão. São conhecidos os retractos de Marilyn Monroe, Jackie Kennedy, Liz Taylor e Elvis Presley. Utiizou recursos técnicos mecânicos ou semimecanicos, como a fotografia e a serigrafia. O resultado plástico, devido a imagem utilizada, possui uma certa frieza e impessoalidade.

Roy Lichtenstein
A Pop Art foi influenciada pelas recolhas dadaístas e surrealistas efectuadas por Robert Motherwell (1915-1991) nos anos 50; pelos ready made de Duchamp e pelas colagens de Curt Schwitters. Em Inglaterra, os artistas de maior renome são Richard Hamilton (n.1922), Petter Blacke (n.1932) , David Hockney (n.1937), e Allen Jones (n.1937).

Petter Blacke (n.1932)
Entre os artistas americanos, podemos considerar duas vertentes, sendo uma ou mais “neodadaísta”, onde se incluem Robert Rauschenberg (n. 1925), Jasper Johns (n. 1930) e Jim Dine (n.1935), que combinou objectos reais com fundos de pintura. A outra vertente é composta por artistas como: Andy Warhol (1928 - 1987), que utilizou imagens de DVD, de objectos de consumo e retratos de personalidades; Roy Lichtenstein (1923-1927); Tom Wesselmann (1931-2004) que usou a assemblage; e James Rosenquist (n.1933).

Victor Vasarely (1908-1997)
 
7.2 A Op Art e a Arte Cinética


A Op Art, abreviatura de Optical Art ou Arte Optica, designa uma forma de arte que utiliza a ilusão óptica do movimento, ou seja, o mesmo que cinetismo.
Nela substituiu-se a noção de beleza natural pela da beleza artificial. Este movimento artístico teve como génese os estudos de Joseph Albers e Laszlo Moholy-Nagy, ambos professores de Bahaus, assim como os construtivistas Naum Gabo e Antoine Pevsner que utilizaram a plástica dinâmica na escultura.

Calder, Mobile, Chapas metálicas recortadas e pintadas e suspensas por fios metálicas.

A Op Art define-se pela expressão do movimento real ou aparente, apresentado segundo diferentes formas e métodos. A sua grande diversidade artística advêm-lhe do modo de concepção da obra e respectiva solicitação de leitura. Podemos definir as obras da Op Art em quatro tipologias principais: as que apresentam movimento real, autónomo, produzido por motores e resultante da manipulação do espectador, como no caso das esculturas de Kowalski e dos famosos mobiles de Calder (1898-1976); as que vivem do efeito de jogos de luzes e reflexos luminosos, como nos casos das obras de Le Parc (n.1928), Nicholas Schöffer (1912-1922), Stein, entre outros; as designadas optical art, que podem ser baseadas nas reacções fisiológicas da percepção visual com jogos de figura e fundo ou nas perspectivas opostas e de carácter ambíguo, como nas obras de Victor Vasarely (1908-1997), François Morellet (n. 1926) e Bridget Riley (n.1931); as que agridem a retina com efeitos ópticos ondulados pela coloração instável das cores, como nas obras de Agam (n.1928) e Rafael Soto (n.1923).

Le Parc (n.1928)




7.3 A arte-Acontecimento
  
Em meados da década de 50 do século passado, surgiram formas de arte de características efémeras, que reflectiram por um lado as influências das primeiras vanguardas – futurista, dadaísta e surrealista -, pelo facto de terem provocado e assumido o desenraizamento do objecto e, por outro, do Informalista e, em particular, da Action paiting, recuperando a acção e entendendo-a como atitude.
Este vão ser os princípios básicos que irão dar origem há performance, ao happening e à Body Art.


O Happening: a Vénus dos trapos 1964
As primeiras manifestações da “arte como atitude e como acontecimento” estiveram ligadas às acções levadas a cabo, primeiramente pelo músico John Cage (1912-1992) e pelo coreógrafo Merce Cunningham (n.1919), que constituíram verdadeiros happenings. No seu trabalho conjunto (iniciado em 1942 e que durou até à morte de Cage), propuseram uma série de inovações radicais no que concerne à relação dança/música. Música e dança partilhavam uma estrutura/tempo, simultaneamente independente e interligada. Nestas obras não se contava uma história nem se exploravam estados psicológicos, mas o drama que estava presente, dado pela intensidade cinética e teatral do movimento, onde a condição do humano era colocada em palco. Os bailarinos muitas vezes nem tinham conhecimento prévio da música, por isso Cunninhgham afirmou: (em palco) “Tu não estas necessariamente no teu melhor, mas no mais humano”. É esta ritualização – a relação física do bailarino consigo próprio e com o outro, sugerida por atitudes e gestos ou apenas por expressões faciais, sobretudo o olhar – que tem um papel fundamental nestas novas formas de arte.


allan kaprow, Depósito, 1961, enviroment com pneus de automóvel e outro objectos  

Enquanto movimento o happening não tem definição nem regras específicas, podendo apenas ser considerado como uma vivência que põe em relevo uma estreita ligação entre a Arte e a vida. Não é, apesar disso, uma representação teatral, pois não conta uma história. Coloca, antes, o espectador e o seu autor numa atitude expectante e atenta a determinados factos, acontecimentos ou vivencias. E, como se vive de uma só vez, nascendo e desaparecendo no acto do fazer, constitui a mais pura expressão de arte efémera, combatendo, ao mesmo tempo, o mercantilismo artístico.
A semelhança dos ready-made, um facto ou uma acção são descontextualizados, tomando a dimensão de um ritual que reaviva a função mágica da arte, perdida com a industrialização e a civilização tecnocrática. Estes rituais desembocam em novos comportamentos artísticos, com novos ritos e novos mitos, nomeadamente os ligados a sexualidade, muito abordada nos anos 60.

Allan Kaprow (n.1927)

O happening pretendeu chegar a um publico vasto, espectador e participante na criação e desenvolvimento da acção.
Os primeiros autores foram: Allan Kaprow (n.1927), que foi discípulo de Cage e o inventor do happening; os japoneses do grupo Gutai, criado em 1954 (o seu fundador foi Jiro Yoshihara (1905-1972) que, em conjunto com os seus companheiros, levou a cabo diversas acções onde representaram o horror da guerra e as experiências de Hiroxima e Nagásaqui); e os alemães do grupo Flexus, que construíram acções quase sem improvisação como é ocaso de Wolf Vostell; outro dos participantes, Joseph Beuys (1921-1986), foi um dos mais importantes protagonistas das grandes transformações artísticas operadas nestas últimas décadas do século XX – principalmente com os seus Environements -, estando a sua actividade artística perfeitamente identificada com a sua vida e vice-versa.


A Performance é uma actividade artística que se confunde com o happening. Tem uma raiz conceptual, neste caso de carácter único e irrepetível, esgotando-se no próprio acto de “fazer”. Nela, o autor ou autores desenvolvem uma actividade baseada na expressão corporal, onde está presente a estética do espectáculo, apesar de não se assemelhar nem à dança nem ao teatro, servindo-se das diferentes formas de actividade humana. Os performers são, na sua quase totalidade, artistas que se dedicam ao happening. Tal é o caso de Kaprow e de Joseph Beuys já anteriormente citados e, ainda, Günter Brus (n.1938) e Hermann Nitsch (n.1938)
A Body Art também desenvolve acções de curta duração e rápido desgaste. Enraíza-se no conceito de arte-acontecimento e confunde-se com o happening e a performance – todas elas são performativas. Mas aqui o corpo é protagonista e utilizado como principal meio de expressão. Nesta arte estiveram incluídas acções muito variadas que levaram a práticas brutais, do tipo sadomasoquista.
Günter Brus e Herman Nitsch, integram o grupo vienense, são conhecidos pelas suas performances onde o corpo é violentamente agredido. Já os ingleses Gilbert e Georg fizeram actuações mais calmas. Vito Acconci participou que na performance quer na Body Art e Yves Klein, nos anos 60, executou acções como Antropométries, consideradas como pertencentes a este movimento.