Ai Weiwei na inauguração da instalação na Tate Modern em
Outubro de 2010
Reuters |
A Tate Modern, em Londres, comprou cerca de 8 milhões de sementes de
girassol do controverso artista chinês Ai Weiwei, que no final de 2010 cobriu o
chão do Turbine Hall com mais de 100 milhões destas peças. As sementes são de
porcelana e foram todas trabalhadas à mão e criadas propositadamente para a
exposição temporária da Tate, “Sunflower Seeds”.
Ao contrário do que aconteceu entre Outubro de 2010 e Maio de 2011, desta
vez a Tate não terá sementes suficientes para cobrir todo o chão mas mesmo
assim o número de peças compradas já tornou esta compra na maior de sempre do
museu londrino. Ainda que cada semente tenha o tamanho de uma unha, no seu
conjunto a obra pesa dez toneladas.
Todas as peças foram produzidas segundo os métodos tradicionais na antiga
cidade de Jingdezhen, na China, famosa pela sua produção de porcelana para a
corte imperial.
Durante dois anos, tempo que levou a elaboração da obra, o artista chinês
contou com a ajuda de muitos colaboradores, produzindo cada um cerca de 60 mil
réplicas. Ai Weiwei contribuiu apenas com três.
Aquando da sua inauguração na Tate, era possibilitada aos visitantes a
oportunidade de caminhar sobre as sementes mas devido à grande procura e
agitação no espaço, os visitantes deixaram de o poder fazer devido à
possibilidade da inalação do pó largado pelas sementes ser prejudicial à saúde,
percalço que não afectou a notoriedade da obra.
A Tate Modern conseguiu comprar as sementes, por um valor não revelado, com
a ajuda do Conselho Internacional da Tate e o Fundo de Arte Britânico.
No ano passado, a Sotheby's de Londres levou à praça um lote de cem mil
destas sementes, que foi arrematado por cerca de 414 mil euros.