O pintor francês Georges Mathieu, mestre da abstracção lírica morreu


O pintor francês Georges Mathieu, mestre da abstracção lírica e precursor dohappening (acção artística realizada na presença do público, que participa no acontecimento), morreu este domingo aos 91 anos. Segundo a AFP, o pintor estava internado num hospital de Paris há uns dias mas não são conhecidas, para já, as causas da morte.




Georges Mathieu, que defendeu sempre uma arte livre de todas as regras clássicas, foi um dos pintores franceses mais destacados nas décadas de 60 e 70, tendo ficado conhecido na altura como o pintor “oficial” de França. 




Nascido em Boulogne-Sur-Mer em 1921, Georges Mathieu começou a pintar em 1942, tendo sido – como afirmou Marcel Brion em 1945 – um dos primeiros executores de uma pintura estruturada a partir dos conceitos informais da abstracção lírica. Em 1950, faz a primeira exposição individual em Paris e, dois anos depois, em Nova Iorque.




Com um trabalho e uma personalidade extravagante, Georges Mathieu rapidamente se destacou no mundo da arte. Em 1959, depois de ter pintado em público telas enormes em tempo recorde, publica na revista L'Oeil um estudo intitulado “De Aristóteles à Abstracção Lírica”, considerado por muitos como o verdadeiro manifesto do Tachismo, que se caracteriza pela espontaneidade de execução e pela utilização livre das formas plásticas, como os pontos e as manchas, e dos materiais brutos. 



Mathieu foi um dos seus representantes máximos e defendia que tinha sido com esta nova estética, conseguida através do uso de uma técnica assente na velocidade de execução, se tinha conseguido obter a primeira grande revolução na arte depois do Renascimento. 

O pintor francês foi por isso um dos pioneiros da pintura informal, na qual se considerava precursor de Wols e Pollock.


As obras de Georges Mathieu, membro da Academia de Belas Artes francesa desde 1975, estão expostas em vários museus do mundo