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Técnica: Óleo
sobre tela
Dimensões:
89,5 x 100 cm
Proveniência: legado pelo conde Isaac de Camondo em 1911
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Claude Monet – O tanque dos Nenúfares (1900)
No último período da sua longa
existência, Monet transferiu-se para uma vivenda em Giverny, em frente da qual
plantou um magnífico jardim de nenúfares, a que chamou “uma paisagem de água”.
Para o artista, retractar os nenúfares converte-se quase num desafio: “Estas
paisagens de água e de reflexos”, admite, “transformaram-se numa obsessão, é
qualquer coisa que ultrapassa as forças de um velho como eu, e, no entanto,
quero conseguir exprimir aquilo que sinto. Destruo-os…e recomeço.” A busca de
Monet já superara amplamente a reprodução das impressões. Os nenúfares
representam mais uma reflexão introspectiva, uma meditação sobre mistérios da
natureza e as suas contínuas metamorfoses. Céu e água, realidade e reflexo misturam-se.
As pinceladas perseguem-se em rápida sucessão e a tinta já não respeita os
limites da tela. Desaparecem todos os traços daquela referência espacial que os
edifícios de Rouen, Londres e Veneza, retratados naquela mesma época, garantiam
mesmo com a sua firme presença. E bem pouco pode fazer a pequena ponte japonesa
para ajudar o olhar do espectador a não se perder na variável trama cromática
da camada de água. Com as suas telas dedicadas aos nenúfares, Monet roça a
abstracção, alcançando o infinito.
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Claude Monet |