Um roteiro perfeito para muitos
aficionados da arte seria poder visitar no mesmo dia, e até na mesma hora, o
Museum of Modern Art (MoMA), em Nova Iorque, para ver A Noite Estrelada de Van
Gogh, e depois passar pela Galleria degli Uffizi, em Florença, onde está
exposto O Nascimento de Vénus, de Botticelli. Não será por acaso que estas são
as obras mais populares do Google Art Project, que em apenas dois anos
conseguiu juntar na mesma plataforma mais de 200 museus e galerias de todo o
mundo. Portugal está representado pelo Museu Colecção Berardo, mas Amit Sood,
fundador do projecto, quer muito mais. "Portugal tem excelentes colecções,
estão à espera de quê?"
Via Internet, o Google Art
Project traz-nos a casa cerca de 40 mil obras de arte em alta definição de
alguns dos maiores mestres. Da arte antiga à contemporânea, da pintura à
cerâmica, da Índia e China ao Irão e Portugal, o leque é amplo. Como se de um
grande catálogo se tratasse, o Google Art Project, lançado em Fevereiro de
2011, conta já com cerca de 230 parcerias com museus de 43 países. À primeira
vista, o crescimento é grande, mas Amit Sood, actualmente também director do
Google Cultural Institute, é um homem da tecnologia e ambiciona chegar mais
longe. "Quando há dois anos começámos este projecto, achámos que ia ser
tudo muito mais rápido. Por que é que alguém não se quereria juntar a
isto?", diz Amit Sood ao PÚBLICO por telefone, explicando que rapidamente
percebeu que o mundo dos museus não pensa nem age da mesma forma que a gente do
digital. "Não podemos obrigar o sector dos museus a entrar de repente no
mundo da Internet, isso não vai funcionar. O mundo dos museus é um mundo
baseado na confiança, nas relações e por isso tudo isto levou algum tempo a
acontecer."
Ainda assim, nestes dois anos o
Google Art Project chegou a acordo para disponibilizar online algumas obras de
instituições como o Museu Rainha Sofia, em Madrid, a Tate Britain e a National
Gallery de Londres, o Metropolitan de Nova Iorque, o Rijksmuseum de Amesterdão,
ou o Palácio de Versalhes, em França. Há ainda grandes ausências, como o Museu
do Louvre, o mais visitado do mundo (dez milhões de visitantes em 2012) que
ainda não aderiu - não por falta de empenho de Amit Sood. "Só eles podem
dizer por que é que não estão no Google Art Project. É óbvio que tentámos
tê-los connosco, mas a verdade é que não podemos passar muito tempo a falar com
um parceiro, porque este é um projecto sem fins lucrativos e comerciais e não
temos muitos recursos", diz. "Falamos com um parceiro uma, duas, três
vezes, mas depois disso temos de seguir para o próximo", explica. E dá o
exemplo de Portugal.
O Museu Colecção Berardo, em
Lisboa, é para já o único português com obras no Google Art Project.
"Vocês têm tantos museus, o único problema é que não tenho recursos para
nos focarmos em Portugal. Mas se alguém estiver interessado, estarei disponível
para falar", garante Amit, dando como exemplo de candidatos de relevo o
Museu Nacional de Arte Antiga, o Museu dos Coches, o Museu Calouste Gulbenkian,
em Lisboa, e o portuense Museu de Arte Contemporânea de Serralves. "Estar
no Google traz audiências de todo o mundo. Temos assistido a um grande fluxo de
pessoas de países como China, Índia, Brasil. Estas são as grandes economias
emergentes e estas são as pessoas que vão começar, e já começaram, a
viajar", sublinha, alertando os responsáveis portugueses: "Quanto
mais conseguirmos expor os museus portugueses, maior a probabilidade de estas
pessoas viajarem para Portugal."
As obras de arte mais procuradas no Google Art Project:
A Noite Estrelada, Van Gogh
O nascimento de Vénus, Botticell
Auto-retrato desenhando à janela, Rembrandt
O quarto, Van Gogh
No Conservatório, Manet
Os Ceifeiros, Bruegel (o Velho)
Girassóis, Van Gogh
Os embaixadores, Holbein (O Jovem)
Campo com flores próximo de Arles, Van Gogh
A Ilha dos Mortos, Böcklin
O nascimento de Vénus, Botticell
Auto-retrato desenhando à janela, Rembrandt
O quarto, Van Gogh
No Conservatório, Manet
Os Ceifeiros, Bruegel (o Velho)
Girassóis, Van Gogh
Os embaixadores, Holbein (O Jovem)
Campo com flores próximo de Arles, Van Gogh
A Ilha dos Mortos, Böcklin